quinta-feira, 11 de março de 2010

desCONTRAÇÕES...

"tou sentindo contrações..."; "acho que vai ser hoje..."
Assim começou nossa tarde de domingo. Resultado? As 17 horas as contrações estavam em um intervalo de 10 minutos. As 19h diminuiu para 8 minutos.
O que fazer? Correr para o hospital?
Que nada! Depois do culto na tenda (abertura da Série Familia - sujestivo) que tal um esfirraria para celebrar a chegada iminente? Então que venha a esfirra de peperone.
A cada esfirra uma contração, a depois de cada contração uma descontração na presença de amigos queridos: Lalo e Mimi - com Maressa e Mel, Flokito e Raquel e ainda Tainá e Clarissa.
As 21:30 seguimos para casa. As 22h elas estavam ritmadas e mais agudas a cada 5 minutos.
"Dra, estão de 5 em 5 minutos. Devemos seguir para o Hospital?"
A convocação da doutora gerou um frio na barriga, um senso de transmita calma, segurança... Arruma, pega, leva, PARA TUDO... me juntava a Samira em cada momento de dor. Ela me apertava, gemia, se contorcia.
23h saímos de casa em direção ao hospital pela rota já gravada: BR, Aguanambi, D. Manuel, Santos Dumont, João Cordeiro, Costa Barros 833: Hospital Curam Dars. Ufa! Ainda bem que era noite e não tinha trânsito, mas a casa contração Samira pedia para parar, pois os buracos de fortaleza pioravam a dor. Vejam só! Até nisso interfere os buracos de Fortaleza.
Depois de gritos, chutes, e "não vou aguentar" chegamos ao Hospital, onde a nossa espera estava a Dra Emília.
Ela logo subiu com a Samira e disse que eu não poderia entrar na sala de preparação. Puxa! Isso foi muito ruim. Me senti sendo privado de fazer meu papel. Isso ficou pior quando do corredor escutava os gritos da Samira. Foi angustiante. Liguei para médica; reclamei; chamei infermeira... acho que dei mais trabalho que a o trabalho de parto - kkkk. Mas quando o assunto é proteger minha família, acho que esqueço um pouco o bom senso.
Enquanto esperava, meu presente amigo Wladson (Lalo) me acompanhava e tentava driblar minha angústia. "Em todo o tempo ama o amigo e para a hora da angústia nasce o irmão" Pv 17:17. Esse irmão já tinha nascido em angústias passadas.
Enfim abriram a porta e chamaram o senhor Jones. "Sou Eu... Sou eu!"; "Posso entrar?" Com uma cara de "agora pode" a enfermeira me leva para o trocar a roupa e entrar na sala de parto.
Quando entro já encontro a Samira em meio ao esforço para o nascimento da Sofia. Espera aí! Parto normal? Como assim? Ela chegou aqui dizendo que não iria aguentar!? Quando me aproximei dela perguntei: "Você quer normal mesmo?" ao que ela respondeu botando uma enorme força. Nesse momento percebi que eu seria apenas um espectador. Não sei o quanto minha presença ali fez diferença direta pra ela. Minha percepção era que o lance era dela ao que me contentei em torcer, orar, tremer, prender a respiraçao junto com ela, fazer força como quem quer dizer "agora é minha vez". Tadinho de mim... aquele era o momento dela, o ápice da força do sexo frágil. Ali percebi que a única fragilidade era a minha, pois a maior grafigilidade não é de quem não consegue, mas de quem nada pode fazer.
E foi um momento sublime. Como já disse a ela: estou ainda mais fã dela. Fiquei ainda mais devoto de sua garra, disposição e compromisso em fazer o que deve ser feito. Em mais uma vez fica evidente a satisfação do "sim" que declarei no dia 15 de novembro de 2005 (dia do nosso casamento).
Depois de duas horas de muito esforço, a contração dar espaço a descontração e então vejo surgir uma cabecinha cabeluda e num piscar de olhos surgem 50 cm de pessoa com seus 3,140 kg. Mágico, emocionante, desconcertante, divino... o coração dispara no ritmo do choro estridente que faz os olhos encharcarem rapidamente.
O mundo para, a mente oscila: É ela... sou eu... minha filha... seu pai... sou pai...

6 comentários:

  1. Pôxa líder, estou aqui em lágrimas, emocionada com suas palavras que discorrem tão eloquentemente cada hora e minuto pré-Sofia.
    Cada vez mais grata a Deus pelo privilégio de fazer parte da construção da história dessa linda família.
    Parabéns a vocês!!! Seja bem vinda, linda Sofia!
    Abraços

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  2. Valeu amigo PAIzão, você fez tanta diferença na "divisão" da dor que a Sam sentiu que ela se superou na ALOPRAÇÃO, essa dupla que se sustenta na rocha não titubiou no momento mais crítico da dor, viveu juntos, lado a lado, contração a contração... glória a Deus, que sua família continue crescendo em numero e propósito!

    Te amo pacas e sei o quanto valeu a pena aquela madrugada PERTO, afinal se eu não tivesse lá era capaz de você ter pedido pra descançar um pouquinho.. (um salve para meu amigo sessenta ano) hauhauhauha DUVIDO MUITO!

    Super parabéns SUPER pai... que Sofia continue com os traços meigos de Samira pra ficar na ala bonita da família!

    Um chêro na suvaca,

    Wladson Sidney
    amigo do peito

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  3. Em plena 1 e 46 da madruga me emociono com suas palavras Jones...mesmo já tendo ouvido essa história pela boca a mamãe Samira...o lado do pai registra esse momento de forma sublime também! Admiro vcs 2...amo vcs 3!

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  4. arriégua... quer me fazer chorar seu pulha... feliz demais por vc's... fiquem em PAZ que Deus está no comando. =D

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  5. Que momentos lindos, unicos e emocionantes, Deus sustente vc, com sabedoria, amigos presentes e forças!

    Parabéns, bjos, aproveitando,
    http://mammypris.blogspot.com/

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  6. Que lindo Jones!!! Que privilégio viver família. Família firmada na rocha,é isso aí, dessa forma, o sucesso é garantido, apesar de todas as dificuldades, pq ninguém disse que seria fácil, quem confia no Senhor, usufrui do prazer da sua presença em todos os momentos e isso é o essencial!!! Parabéns pela família linda, parábéns pela primeira filhinha linda!!!!

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